Terça-feira, 17 de Março de 2009
Segunda-feira, 16 de Junho de 2008
Olá Prés!
Vou contar-vos a minha história:
Entrei para o Pré no Campanário de Verão. Vim , gostei e entrei. Comecei a vir aos encontros... E dizia, um pouco ao meu jeito: “venho para descobrir a minha vocação”. Pelo menos era o que eu dizia, embora na minha vida concreta eu não estivesse a apostar de facto nisto.
Ia-me acomodando: na escola estava só com aqueles que eu gostava mais; não me queria chatear muito... E na minha comunidade, eu não queria fazer muito mais.
Falaram-me em ser catequista, e eu não queria, porque achava suficiente ser escuteiro e acólito. Até que percebi que não podia guardar tudo em mim. E ouvi o meu prior dizer: “precisamos de catequistas!”. E então disse sim. Não podia deixar para os outros, não podia esperar que o fizessem por mim!... Eis que o Senhor chama, e chama a valer, porque nos ama a todos, não só a mim. Eu estava distraído, não queria entender, mas o Senhor chamou-me como Ele quis. E então percebi que não podia estar só com alguns, ou só com aqueles que eu quero.
Fui chamado para entrar no Seminário. Respondi: sim. Um sim de alegria, de amor. Pois, agora é tempo de aprender sempre o amor que Deus tem por mim e por todos, porque eu não queria, e Deus chamou-me, não percebia, e Deus estava sempre a cuidar de mim!
Um abraço
Em Cristo Ressuscitado!
Sérgio
Quarta-feira, 2 de Maio de 2007
Caros amigos do pré,
nem todos sabeis mas na passada semana de 31 de Março a 9 de Abril eu estive em Taizé. Todos, ainda que superficialmente, têm conhecimento da existência da comunidade de Taizé e por isso eu gostava de partilhar apenas a minha experiência por lá.
Eu considero Taizé um refúgio para estar com Deus, pois muitas vezes na sociedade em que estamos inseridos não damos tempo a Deus ou não nos lembramos Dele. Lá tudo é diferente, nas orações não pensamos em mais nada.
Para mim também foi muito importante os testemunhos de fé de outras pessoas que tive o privilégio de conhecer, como o de uma rapariga, com quem andei a separar lixo que contou que a sua vida não tem corrido da melhor maneira pois teve um cancro há pouco tempo, mas dizia que a sua fé em Deus a tinha salvado. Ainda outro caso que posso partilhar convosco foi o de uma rapariga que defendia como valor absoluto a ciência, mas ao confessar-se pela primeira vez saiu da confissão a chorar, revoltada consigo mesma por não ter confiado em Deus. Foi também nestes testemunhos que vi a presença de Deus na vida daquelas pessoas e que me apercebi que tantas vezes esperamos que Ele apareça nas nossas vidas nas coisas grandes e, no entanto, é nas pequenas coisas que Deus se faz presente e é aí que temos de aprender a reconhec-Lo e a segui-Lo.
Esta ida a Taizé em conjugação com o retiro do Pré deixaram-me como novo desafio o de andar essencialmente guiado pela vontade de Deus e não tentar fazer a vontade de Deus segundo a minha vontade como tantas vezes faço.
Flávio Guerra
Companheiro de São Paulo
Quinta-feira, 12 de Abril de 2007
No último verão, Jesus deu-me a oportunidade de participar num campanário, de que gostei muito, e chamou-me ao pré-seminário. Deste esse momento, tenho vindo a tentar perceber o que Deus me foi dizendo através do pré.
Ele diz-me para eu O servir mais activamente, diz-me para O seguir e para gastar o meu tempo com e por Ele, ou seja Jesus, através da Igreja, chama-me ao seminário. Assim, no início da Quaresma, fiquei bastante contente por eu ser escolhido, entre tanta gente do mundo, a servir mais de perto a Cristo.
É certo que Jesus nos chama a todos, mas é com uma alegria especial que eu aceitei este voto de Amor que Ele me dá, pois foi a mim que Ele escolheu pessoalmente para O servir.
Antes deste campanário da Páscoa, tivemos um retiro do silêncio onde pude reflectir sobre a minha resposta. Aí, Jesus disse-me o quanto é importante o nosso corpo mais concretamente os nosso sentidos para o serviço. Debrucei-me nesta palavra de Deus em especial, meditando sobre a importância do tacto - o tocar e deixar ser tocado por Deus. Este sentido tem sido importante nesta minha caminhada para Deus.Também reflecti sobre uma passagem do livro de Isaías 51.1-23. Foram duas palavras que recebi e que serviram de apoio para ter força no seguimento de Jesus.
Digo aos outros prés para que se deixem levar na onda que é Deus, por mais difícil que seja o caminho.
Luís Coito
Segunda-feira, 12 de Março de 2007
Um dia quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a
lógica que motiva os pais, eu hei-de dizer-lhes:
Eu amei-te o suficiente... para ter perguntado onde vais, com quem vais e a
que horas regressas a casa.
Eu amei-te o suficiente... para ter insistido que juntasses o teu dinheiro e
comprasses uma bicicleta para ti, mesmo que tenha tido hipótese de ta
comprar.
Eu amei-te o suficiente... para ter ficado em silêncio e deixar-te descobrir
que o teu novo amigo não era boa companhia.
Eu amei-te o suficiente... para te fazer pagar a pastilha que tiraste da
mercearia, e dizeres ao senhor: Eu roubei isto ontem e queria pagar.
Eu amei-te o suficiente... para ter ficado ao pé de ti, 2 horas, enquanto
limpavas o teu quarto; tarefa que eu teria realizado em 15 minutos.
Eu amei-te o suficiente... para te deixar ver fúria, desapontamento e
lágrimas nos teus olhos.
Eu amei-te o suficiente... para te deixar assumir a responsabilidade das
tuas acções, mesmo quando as penalidades eram tão duras que me partiam o
coração.
Mais do que tudo isto, eu amei-te o suficiente... para te dizer não, quando
eu sabia que me irias odiar por isso. Essas eram as mais difíceis batalhas
de todas. Eu estou contente, venci, porque no final vocês venceram também.
E, qualquer dia quando os vossos filhos forem crescidos o suficiente para
entenderem a lógica que motiva os pais, vão dizer-lhes se eles vos
perguntarem se a vossa mãe era má... "sim era má, era a mãe mais má do
mundo.
Os outros miúdos comiam doces ao pequeno-almoço, nós tínhamos de comer
cereais, ovos e tostas.
Os outros miúdos ao almoço bebiam coca-cola e comiam batatas fritas, nós
tínhamos de comer sopa, o prato e a fruta. E, não vais acreditar, a nossa
mãe obrigava-nos a jantar à mesa, bem diferente das outras mães também.
A nossa mãe insistia em saber onde nós estávamos a todas as horas. Era
quase uma prisão. Ela tinha de saber quem eram os nossos amigos, e o que
fazíamos com eles. Ela insistia que se disséssemos que íamos sair uma hora,
demorássemos só uma hora, ou menos.
Nós tínhamos de lavar a loiça, fazer as camas, lavar a roupa, aprender a
cozinhar, aspirar o chão, esvaziar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis.
Eu acho que ela nem dormia à noite a pensar em coisas para nos mandar fazer.
Ela insistia sempre connosco para lhe dizermos a verdade, só a verdade e
apenas a verdade. A nossa vida era mesmo chata.
A mãe não deixava os nosso amigos tocarem à campainha para nós descermos, tinham de subir, bater à porta, para ela os conhecer.
Enquanto toda a gente podia sair à noite com 12, 13 anos, nós tivemos de
esperar pelos 16.
Por causa da nossa mãe, nós perdemos imensas experiências da adolescência.
Nenhum de nós, alguma vez, esteve envolvido em roubos, actos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime.
Foi tudo por culpa dela. Agora que já saímos de casa, nós somos todos
adultos, honestos e educados ... Estamos a fazer o nosso melhor, para sermos
"maus pais", tal como a nossa mãe foi."
Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: não há suficientes pais
maus!
Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2007
Nesta ultima revisão de vida reflectimos sobre a importância de ver no outro o rosto de Cristo. Se isso acontecer, então muda completamente a nossa visão sobre os outros e mais que tudo a nossa vida. Logo, a nossa relação com os outros não pode ser nunca de indiferença, senão somos indiferentes a Deus.
Ficou-nos assim como compromisso escolher uma pessoa da nossa vida com quem tenhamos mais dificuldade de relação, quer de afrontamento quer de indiferença, e a partir disso seguir 4 olhares ou 4 dicas que nos foram ditas para construirmos a comunhão:
1) Olhar para o outro como presença de Cristo;
2) Olhar para o outro como um dom de Deus para mim;
3) Olhar para o outro como alguém a quem eu pertenço;
4) Olhar para o outro como alguém com quem estou comprometido.
E o que é que isto tem a ver comigo?
Há uns tempos tive uma namorada, mas acabámos por nos afastar e cada um seguiu o seu caminho sem problemas nenhuns pois ambos estávamos cientes que não dava mais. Mas acabámos por nos afastar demais e hoje quase não nos falamos. Então a partir da revisão de vida cabe-me a mim trabalhar nestes 4 pontos para que esta nossa indiferença acabe.
Mas neste tempo entre mandar este testemunho e a revisão de vida quase nada mudou, e tudo culpa minha, pois não me esforçei nada.
Conclusão, não sejam como eu, lutem.
Gonçalo Gomes,
Companheiro de S. Paulo
Sexta-feira, 6 de Outubro de 2006
O Cardeal Van Thuan, cardeal vietnamita já conhecido por alguns, deixa-nos 24 dicas para podermos viver a primeira virtude dos seres XPTO. São dicas que nos podem ajudar a ir ao essencial e deixar o acessório. Se de 24 horas vivermos 24 radicalmente por Jesus, alcançaremos a verdadeira felicidade:
- Toma a iniciativa de realizar uma revolução: renovar o mundo com o poder do Espírito Santo;
- Compromete-te numa campanha que tenha como fim tornar todos felizes. Sacrifica-te continuamente com Jesus para trazeres paz às pessoas;
- Permanece fiel ao ideal de um Apóstolo: “dar a vida pelos irmãos” (cf. Jo 15, 13);
- Grita um só “slogan”: “Que todos sejam um como o Pai e o Filho são um” (cf. Jo 17, 22-23);
- Acredita numa só força: a Eucaristia, o Corpo e Sangue do Senhor que te darão Vida (cf. Jo. 6, 50-51);
- Veste um só uniforme e fala uma só linguagem: a Caridade. Esta é sinal de que és discípulo do Senhor (cf. Jo 13, 35);
- Permanece num só principio-guia: a Oração. Nada é mais forte que a pessoa que reza.
- Observa uma só regra: o Evangelho. É a regra que Jesus deixou aos apóstolos (cf. Mt 4, 23);
- Segue fielmente um só senhor: Jesus Cristo e seus representantes. Vive e morre pela Igreja, como o fez Jesus;
- Cultiva um amor especial por Maria. Se a escutares, não te perderás no caminho;
- A tua única sabedoria será a ciência da cruz. Se a cruz é o critério em que baseias as tuas decisões, a tua alma estará em paz;
- Conserva um só ideal: estar voltado para Deus Pai, um Pai que é todo amor. Toda a vida do Senhor, todo o seu pensamento e acção tinham um só fim: “O mundo tem de saber que eu amo o Pai e actuo como o Pai me mandou (Jo 14, 31);
- Há um só mal a temer: o pecado;
- Cultiva um só desejo: “Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, na terra como no Céu” (Mt 6, 10);
- Uma coisa te falta: “Vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.” (Mc 10, 21);
- Usa para o teu testemunho o único método eficaz: o contacto pessoal. Jesus fala-nos “de coração a coração”;
- Só há uma coisa verdadeiramente importante: “Maria escolheu a melhor parte”, quando se sentou aos pés do Senhor (cf Lc 10, 42). Jesus deve ser a “alma” de toda a tua actividade;
- O teu único alimento: a Vontade do Pai (cf. Jo 4, 34); com ela deves viver e crescer, as tuas acções devem brotar da vontade de Deus;
- Para ti o momento presente é o mais belo. Vive-o plenamente no amor de Deus;
- Tens uma “carta magna”: as Bem-Aventuranças (cf. Mt. 5, 3-12). Vive-as em plenitude;
- Tem um só objectivo importante: o teu dever. Colaborar com a obra do Pai, vivendo a tua condição de filho de Deus;
- Tem um só modo de te tornares santo: a graça de Deus e a tua vontade (cf. I Cor 15, 10). Deus não deixará que te falte a sua graça mas, é suficiente forte a tua vontade?
- Uma só recompensa: Deus mesmo;
- Ama a tua pátria. Ajuda na sua construção.
In Card. Van Thuan, Cinco Pães e dois Peixes.
Um Abraço em Cristo,
Sobreiro
Quinta-feira, 27 de Julho de 2006
As virtudes do XPTO
- Passar do acessório ao essencial: a verdadeira FELICIDADE.
- Viver em COMUNIDADE: Pôr tudo em comum.
- Aprender a VIVER: Não serve para viver quem não vive para servir.
- Ser perfeitos como o Pai Celeste é perfeito: A SANTIDADE de vida.
- Cultivar a FIDELIDADE: Permanecer em Jesus nas pequenas coisas.
- Ser CONSAGRADO pelo Baptismo, pelo Crisma e pela Eucaristia.
- Ter por alimento fazer a VONTADE do Pai e realizar a sua obra.
- Aspirar às coisas do Alto e não às da terra: RENOVAR a Aliança.
- Subir na INTIMIDADE com Jesus.
- Viver a LIBERDADE dos Filhos de Deus.
- Ser PESCADOR DE HOMENS: Lançar a rede para o outro lado.
- Ver a miséria do Povo e SERVIR Cristo nos irmãos.
- RESISTIR às tentações.
- DAR A VIDA pelos irmãos.
- Viver fortalecido pela EUCARISTIA.
Amigo Pré,
Depois te teres sido admitido ao Corpo de Cadetes da Real Academia Celeste, e de teres participado na "Missão XXI - Operação XPTO" é altura de partilhares com os restantes membros da Academia não só a tua experiência neste campanário, como sobretudo a forma como tens procurado viver de acordo com as características do XPTO.
Quarta-feira, 26 de Julho de 2006
Este ano o Campanário de Verão do 11º e 12º anos constou de uma viajem pelo mundo num CRUZeiro, não um cruzeiro qualquer, mas o CRUZeiro da Fé. E realmente foi essa a sua base, a fé, pois através de várias actividades fortalecemos a nossa fé e o nosso amor por Deus. Não há dúvida de que os passageiros que entraram não foram os passageiros que saíram, pois estes estavam mais confiantes e certos dos seus sentimentos por Deus e da sua fé em Jesus.
Desde o nosso embarque que sentimos a presença de Deus, porque não era por acaso que estávamos todos juntos ali, naquele dia. A primeira necessidade foi a de repartir as tarefas, pois sozinhos não vamos a lado nenhum e sem a ajuda de todos o CRUZeiro não poderia começar a sua viagem. De seguida pusemos mãos à obra, para que o CRUZeiro cumprisse a sua missão, a de levar os seus passageiros numa viagem de auto-descoberta e de descoberta de Deus. Por isso seguimos viagem até à nossa primeira paragem em Jerusalém, onde tivemos a oportunidade de passar por lugares onde Jesus se encontrou com algumas pessoas. Nessa noite não partimos sem primeiro organizar a nossa bagagem, essencial à vida neste CRUZeiro. Foi nessa organização que descobrimos: a Fé, necessária à sustentabilidade da vida em grupo a bordo, porque temos de confiar n`Aquele que nos conduz; a Humildade, pois apenas através da vida em simplicidade se chega à verdadeira grandiosidade; a Esperança, porque quando percorremos o nosso caminho e a dada altura caminhamos no escuro, temos de acreditar que a seguir virá a luz; a Caridade, pois quem entrega a sua vida para salvar a de outrem acabará por ganhá-la, mas quem a quiser conservar acabará por perdê-la; a conversão, porque quando há uma transformação na nossa vida temos que deixar para trás certas coisas e ter a capacidade de prosseguir o caminho sem olhar para trás; e por fim a Comunhão, pois para continuar é preciso estarmos unidos, porque juntos temos a força necessária para o fazer e sozinhos não.
O novo dia começou com a chegada a Roma onde a nossa primeira preocupação foi descobrir as bases da igreja, fundada por S. Pedro e S. Paulo, e para isso nessa manhã analisámos várias cartas da Bíblia com vista a obtermos a resposta à questão “Quem és tu Igreja?”. Concluímos que a Igreja é universal e justa, por essa razão, não faz distinções, todos têm direito à graça de Deus, sem descriminações. A Igreja é constante e verdadeira, porque nos ensina a sermos verdadeiros, a fazer corresponder as nossas palavras aos nossos actos, de maneira a não se viver uma vida cristã somente na igreja, mas também no quotidiano. A Igreja é centro de fé e união, pois um cristão que caminha sozinho não é um cristão, tornando-se apenas cristão quando vive e caminha em comunidade. É meio de salvação e de reconcilição com Deus. Foi então que chegámos à conclusão que o ponto culminante é que “A igreja é una, santa, católica e apostólica.”. No final do dia tivemos um concílio onde em conjunto apresentámos dúvidas acerca da Igreja.
No dia seguinte chegámos a Alexandria, onde começámos por fazer um exame de consciência acerca dos entraves que nós colocamos à entrada de Jesus no nosso coração. O chamamento de Deus é como as ondas, cuja função destas é chegar à praia e rebentar na areia e se nós construirmos diques, essas ondas não cumprirão a sua função. É o que acontece quando pecamos, estamos a criar esses diques que fazem com que a palavra de Deus não chegue ao nosso coração. Após esta tomada de consciência dos nossos pecados fomos confessar-nos. Depois de estarmos reconciliados com Deus, partimos para o deserto onde criámos o nosso ermitério, ou seja, o nosso local de meditação e oração, para individualmente e em silêncio meditar, reflectir e orar. Nessa noite realizámos jogos para promover a cooperação e o trabalho em equipa.
Ao quarto dia desembarcámos em Granada, onde durante a manhã e parte da tarde nos entregámos ao serviço aos outros e a dar o amor que até agora temos recebido de Deus, a pessoas que naquele momento precisam mais desse amor e dessa presença de Deus do que nós. Nessa tarde ainda tivemos oportunidade de jogar futebol, numa tentativa de descontracção antes da noite de meditação. Nessa noite conversámos com Jesus acerca da caminhada da nossa vida, da maneira como respondemos ao chamamento que Deus nos faz, e de que maneira realizamos aquilo que Deus nos propõe, sem criarmos entraves à sua entrada no nosso coração.
Seguiu-se outro dia e chegámos a um novo porto, o do Vietname. Quando lá chegámos procurámos saber de que maneira se entregavam e se tinham entregue os cristãos a Cristo e à sua cruz. Após essa procura conversámos e analisámos de que maneira é que nós nos temos entregue e nos entregamos à cruz de Cristo, sem hesitar e sobre testemunhos de pessoas que sofreram por essa entrega e por serem apanhadas a realizar cerimónias religiosas. Nesse dia voltámos a jogar futebol, para mais uma vez consolidar a ideia de que podemos ganhar se nos unirmos e jogarmos em equipa, e que se pelo contrário jogar cada um por si essas hipóteses de ganhar serão mais reduzidas. No final do dia fizemos um novo concílio onde em conjunto expusemos dúvidas sobre a nossa caminhada enquanto cristãos e acerca do seminário. Para acabar o dia fomos numa missão de resgate a um cristão que tinha sido preso, por estar a rezar. Infelizmente não o conseguimos salvar e falhámos a missão, por isso fomos expulsos do Vietname e iniciámos a viagem de regresso.
No último dia, antes de desembarcarmos em Portugal tivemos oportunidade de analisar a caminhada feita durante a viagem neste CRUZeiro, antes de falar com os padres. Depois disto só tivemos tempo de nos despedirmos uns dos outros, antes de cada um partir para sua casa, mas a despedida ficou sem dúvida marcada pela esperança de nos reencontrarmos.
E foi assim o Campanário de Verão deste ano, onde tivemos a oportunidade de crescer enquanto cristãos e filhos de Deus, em que o lema foi realmente “Há tempo para tudo, para tudo, para tudo há tempo”, pois durante estes dias tivemos tempo para fazer de tudo, para rezar, para reflectir, para ir à praia, para jogar futebol, para conviver e acima de tudo para nos divertirmos, na altura certa. Na realidade, podemos encontrar a presença de Deus em qualquer altura, estando a rezar ou não, pois mesmo nas coisas mais pequenas Deus lá está . Quando jogámos futebol, Deus também lá esteve, pois o facto do objectivo do jogo ser a união e o trabalho de equipa, fez com que Deus estivesse presente. Os sinais da presença de Deus são infinitos e cabe-nos a nós saber interpretá-los e perceber que aquilo é realmente uma prova da presença de Deus. Por essa razão este Campanário deixa-nos a seguinte pergunta “Estaremos nós preparados para interpretar os sinais que Deus nos deixa?” e a conclusão a que chegamos é que este Campanário serve para nos ajudar a perceber esses sinais da presença de Deus, dando-nos resposta para esta e outras perguntas que vão aparecendo ao longo da nossa caminhada enquanto cristãos.
Ricardo Almeida
Massamá
Quinta-feira, 1 de Junho de 2006
Amigo pré,
Depois deste ano de caminhada, em que fomos desafiados a andar na companhia de Jesus, aprendendo a ser como Ele em tudo, é chegada a hora de parar para avaliar o caminho percorrido. Não se trata de fazer uma avaliação, como quem faz um balanço de uma empresa no final do ano, mas sim de reconhecer e dar graças a Deus pelas maravilhas que o Senhor fez em nós.
Ao escrever-vos, após ter celebrado a Eucaristia e interpelado por esta palavra do Senhor ao profeta Elias: “Sai, permanece no monte à espera do Senhor”, pareceu-me oportuno partilhar convosco este desafio: De que modo o Senhor se manifestou ao longo deste ano? Como e quando se pôs comigo a caminho? Quais os sinais da sua presença e dos seus desafios na minha vida?
Na certeza, de que o Senhor, tal como ao profeta Elias, não se revela em acontecimentos grandiosos e espectaculares mas sim no murmúrio da brisa suave, somos convidados a reconhecer os sinais da obra silenciosa que o Senhor está a fazer em nós. Torna-se, portanto, imprescindível converter o nosso olhar, de modo a poder contemplar a presença misteriosa de Deus na nossa vida, os desafios contínua e constantemente por Ele propostos, e, por outro lado, reconhecer a nossa confiança nos passos dados ou a falta de coragem nos passos adiados.
Tal como ao profeta Elias, o Senhor diz-te hoje:
SAI…
… dos teus esquemas que te impedem de ver mais alto e mais longe!
… dos teus projectos e sonhos que reduzem o horizonte da tua vida!
… dos teus medos que te inibem de O seguir!
PERMANECE NO MONTE…
… onde o Senhor se fez presente, e fez caminho contigo ao longo deste ano!
… onde o Senhor te falou, e te desafiou a novos rumos!
… onde o Senhor te quer tornar semelhante a Ele!
À ESPERA DO SENHOR…
… para contemplar e agradecer a obra que Ele está a fazer em ti!
…mas, sobretudo, para com Ele pores a render os dons que recebeste, segundo a vontade de Deus, para que dêem fruto e fruto em abundância!
Pois então,
“Sai, permanece no monte à espera do Senhor”!
Pe Filipe